Fases da Lua (A Mulher Cíclica) - Mito de Deméter e Perséfone.

Deméter e Perséfone - Imagem criada por IA.

Esse mito de Deméter e Perséfone é praticamente um mapa simbólico do feminino cíclico, e quando a gente o cruza com os ciclos lunares, a leitura ganha ainda mais profundidade — especialmente se a gente pensa no “maternar a si mesma” como um processo que se repete a cada ciclo.

A relação com as fases da Lua:

1. Lua Nova – O rapto e o mergulho em Hades

Essa é a fase escura da lua, onde nada é visível no céu. Representa o momento de recolhimento e silêncio interior, assim como o momento em que Perséfone é levada para o submundo.

É um tempo de incubação e morte simbólica, onde a alma começa a se desligar de velhos padrões.

Maternar-se aqui é permitir o recolhimento, respeitar o luto, descansar.

2. Lua Crescente – A busca de Deméter e a transformação de Perséfone

Deméter começa a buscar sua filha. Perséfone começa a se adaptar à nova realidade. É o início de um processo de construção de consciência a partir da dor.

Aqui, maternar-se é cuidar da parte de você que está perdida, criando rituais de cuidado e paciência.

3. Lua Cheia – O reencontro e o reconhecimento do novo eu

Perséfone retorna à terra. Agora, ela é iniciada, já não é mais apenas filha: é também Rainha. A lua cheia simboliza esse ápice de consciência, de integração.

Maternar-se aqui é se reconhecer inteira, celebrar suas conquistas internas, reconhecer sua sabedoria.

4. Lua Minguante – A despedida e o preparo para a descida novamente

A separação volta a acontecer, e Perséfone retorna ao submundo. A luz vai diminuindo, preparando o caminho para outro ciclo de transformação.

Maternar-se aqui é aceitar que nem tudo permanece, que ciclos encerram, e que há sabedoria em deixar ir.

Essa jornada cíclica — que também é uma espiral — nos convida a ser nossas próprias mães internas, em cada fase. Não apenas nos nutrir quando tudo floresce, mas também nos proteger, acolher e sustentar quando tudo escurece.